terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conceitos de:

Conceitos de:

Autonomia:Segundo o pesquisador, a forma correta de educar uma criança é estimulando sua autonomia, sua capacidade de tomar suas próprias decisões. E nada melhor do que as próprias palavras de Piaget para explicar esse conceito: “Autonomia é a capacidade de tomar decisões em dois campos. No campo moral, refere-se a decidir entre o que é certo e o que é errado. No campo intelectual, é decidir o que é verdadeiro e o que não é verdadeiro, levando em consideração fatos relevantes, independentemente de recompensa e punição”. *Constance Kamii critica o formato comum de educação, que vai de encontro à autonomia. Estimula, na verdade, o oposto: a heteronomia, que segundo palavras da própria educadora, “significa ser controlado pelas decisões de outras pessoas e ter uma obediência cega”. A heteronomia é reforçada todo o tempo pelo sistema de punição e recompensa, já que na escola, desde o início da educação infantil, as melhores notas são premiadas, os maus comportamentos são punidos. Ao invés de estimularem a criança a pensar e a raciocinar logicamente desde o início, ensina-se a competir, a atingir notas altas, o que facilita o estudo apenas para aprovação, esquecendo em seguida o conteúdo do teste. Estas são formas de avaliação estimulantes da heteronomia.
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*Constance Kamii é professora titular na Universidade do alabama Birmingham, nos EUA. Doutora em Educação e Psicologia pela Universidade de Michigan, Constance Kamii foi aluna e colaboradora de Jean Piaget durante 15 anos. Fez diversos cursos de pós-doutoramento nas universidades de Genebra e de Michigan ligados à Epistemologia Genética e outras áreas educacionais relacionadas à teoria piagetiana e de outros pesquisadors. Autora de diversos trabalhos publicados nos Estados Unidos, Japão, Europa e Brasil, Kamii trata das questões do ensino da Matemática e acredita que a autonomia deve ser a finalidade máxima da Educação.


Cidadadão:
Direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ou seja, os direitos civis são apresentados como o ponto de saída. Mas cidadania não se resume a isso. É também participar dos destinos da sociedade e ter direitos políticos. (http://super.abril.com.br)
No sentido forte do termo, entretanto, conota a idéia de uma participação consciente e voluntária na plenitude dos deveres e dos direitos cívicos. ( Pequena enciclopédia de Moral e Civismo. P. 124.)
Segundo o Aurélio, cidadão é aquele indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este. Habitante da cidade. Indivíduo, homem, sujeito. Do ponto de vista da filosofia, o objetivo algo muito além da mera descrição do Aurélio. No nosso entendimento ser cidadão é ser chamado às responsabilidades para lutar pela defesa da vida com qualidade e do bem-estar geral.

Ser Crítico:
Não há para mim, na diferença e na "distancia" entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação. A superação e não a ruptura se dá na medida em que a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, permito-me repetir, curiosidade epistemológica, metodicamente "rigorizando-se" na sua aproximação ao objeto, conota-se seus achados de maior exatidão
A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere e alerta faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. Como manifestação presente a experiência vital, a curiosidade humana vem sendo histórica e socialmente construída e reconstruída. Precisamente por que a promoção da ingenuidade para a criticidade não se dá automaticamente, uma das tarefas precípuas da prática educativa-progressista é exatamente o desenvolvimento da curiosidade crítica, insatisfeita, indócil. (Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia, p. 31 e 32)

Interação Sócio-cultural
Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em relação uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a "outredade" do "não eu", ou do tu, que me faz assumir a radicalidade de meu eu. A questão da identidade cultural, de que fazem parte a dimensão individual e a de classe dos educandos cujo respeito é absolutamente fundamental na prática educativa progressista, é problema que não pode ser desprezado. Tem que ver diretamente com a assunção de nos por nós mesmos. É isso que o puro treinamento do professor não faz, perdendo-se e perdendo-o na estreita e pragmática visão do processo. (Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia, p. 41 e 42)


Educação e afetividade
E um saber, como os demais, que demanda exercício permanente do educador. “É a convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, é que ele pode falar do respeito à dignidade e autonomia do educando. [...] A competência técnica científica e o rigor de que o professor não deve abrir mão no desenvolvimento do seu trabalho, não são incompatíveis com a amorosidade necessária às relações educativas. Essa postura ajuda a construir o ambiente favorável à construção do conhecimento onde o medo do professor e o mito que se cria em torno de sua pessoa vão sendo desvelados” (OLIVEIRA, Pedagogia da Autonomia, pág 11).
É preciso que saibamos que sem certas qualidades e virtudes como a amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura para o novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível a prática pedagógico-progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica (FREIRE, 1999:136).

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